quarta-feira, 16 de maio de 2018

SOBRE A DOR.

                                                           ( Imagem por pesquisa./ Google.)

Sobre a dor.

A dor é de quem sente.
Não há como mesurar.
Nem cavocando buraco,chega-se ao fundo.
Não há limite.

A dor que sinto é minha,não sua.
A dor sua,não é minha.

Então,perdido em dores,está,ou esteve,ou estará um dependente.
Doente,em dor.
Assim,estará,perdido em dores,ou esteve,ou está,ou estará, o codependente.
Igualmente,doente,em dor.

Creio,na mãe e no filho.
Creio no filho e na mãe.
Creio nas dores travadas diariamente.
Coração de mãe,sangra.
A do filho também.
Corpo da mãe adoece.
Corpo do filho também.

Que seria do mundo,se mãe não fosse parideira?
Em dor,seu filho vem ao mundo.
Em dor,quando o filho perde para o mundo.

*Não menciono outros membros familiares,menosprezando suas dores,no entanto.

Mas a simbiose Mãe & Filho,foi patenteada,coerentemente.

Embalar um filho em choro,por não saber ainda se expressar,é tentar dar o consolo,e ciência do responsabilizar-se da descoberta do desconforto ou da dor.
O ventre,deixou de ser abrigo,alimentador.
E a vida segue ... o filho cresce,adolesce,adulto torna-se e também um dia envelhece.
E se no percurso se perde,mãe quer dar colo,arrancar a dor que muitos menosprezam.
Vezes se perde,em noites semi dormidas, ou não dormidas,em orações e apelos ao Divino.

Lembrando que um dependente químico ou alcoólico,estará à mercê de tudo que seja ruim.
Lembrando também,que se torna marginalizado e vezes um marginal.
Lembrando,que torna-se escravo das drogas,que consome.
Que tem prazeres sequenciais,que no fundo,no fundo,preenche um vazio ou uma provável dor do não resolvido internamente.
Admitamos,é um sofredor.
Um doente sofredor.

Mãe sofre,mãe acolhe,mãe cobra ... mãe em dor.
Quisera ela ser tudo diferente.
Em suas lutas,permanece amor.
Em suas indignações,há amor.
Amor e dor,que não há como mesurar.

A sociedade cobra.
Critica.
Menospreza.
Muito fácil desdenhar a dor alheia.
Ou ter olhar-de-noticiário,banal,costumeiro.
Mais um e mais uma.
Como se fizesse parte da vida o tráfico,as drogas,as vidas frustradas,as mortes,os fracassos,os fracassados.
Há uma visão  conturbada do que se estabelece.
Não há heróis,nem heroínas.
Há bandidagem,bandidos,doentes.
Há o mal que se espalha ...mas nem sempre espelha.

O dependente cai,levanta por vezes,recai,cai,cai,cai .... poucos se levantam.
(Poucos são os que permanecem em sobriedades.)
Fica à mercê de que o escraviza,do escravizador.
No torpor.
Ahhh ... a mãe ... se fosse dona-do-mundo,jamais permitiria,ver seu filho ou os filhos dos outros,ou filhos dos filhos,em dor.

Abandono meu olhar na janela entreaberta de meu quarto.
Há claridade lá fora,um solzinho ameno.
Tendo ciência de obscuridades.
Há um ser lá fora,perdido,de certo.
Muitos seres. Muitas dores.
Muitos filhos e mães.
Muitos julgamentos,tão poucas ações.
Tantas clarezas e obscuridades.
Tantos menosprezos e  ou indiferenças à dor de um semelhante.
Tantos horrores.
Tantas mortes.
Tantos espertos,vampirizando o fragilizado.
Tantos traficantes e tantos traficados.
Caminhos planejados.Tantos envolvimentos.
Tantos poderes!
Tanta bandidagem!
Tantos mortos ou matados.
Tantas dívidas e endividados.

Mãe sabe bem que droga,de qualquer forma,mata!
Seria incoerente,ela gerar vidas e não lutar por elas.

Mãe,chora,ajoelha e reza,todos os dias e quer seu filho de volta!

CO DEPENDÊNCIA & DEPENDÊNCIA
Disso,falo agora.
E não subestimem minhas dores.
SOU MÃE!!!!

Tata Junq