quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Do Projeto,Alma Feminina : Flor morreu.



RELATO

Flor é seu nome.
Margarida? Acácia? Rosa?
Nananinanão!!!
Flor,mesmo.
Bela flor,a Flor.
Amanheceu "mortinha da Silva"!
( Expressão que veio-me à cabeça ... até hoje,penso ser "meio sem pé,nem cabeça",nem sei o porquê,mas sei,que quer dizer,beeemmmm mortaaaa!!!!)
Elucidações à parte.
Morreu de morte matada.
Vilã do tráfico.
Bem feito,pensei.
( E não se retira desacordos.Pensa-se,assume-se.)
- Bem feito o feito!
Bonita," por fora,bela viola,por dentro,pão bolorento"!!!
( To cheia das expressões popularescas,hoje.)
E cheia dos venenos ...
( Com coisa,que meu veneno,mata ... ácida verdade,improvável.)
Mas... morreu,escafedeu.
Menos uma,menos um.
A Favela,já tem nova liderança,segredaram-me.
Coisas ruins e notícias ruins chegam rápidas.
O parça tem nome e sobrenome,mas é conhecido como "El Diablo".
Que o Diabo o carregue também!
Perdeu o filho e uma sobrinha, a Dagmar.
(Numa tacada só.)
Pouco?
Destilo ódio.
Destilo,dor.
Minha dor,por sua dor.
Tombaram naquele bar ... e lá ficaram por horas,até camburão buscar.
Quem liga pra pobre-nóia?
Quem liga pra rico-nóia?
Decerto,muita gente aplaudiu.
Menos um,menos uma.
Deve,ou paga,ou morre.
Num é assim?
Apagaram o garoto,crackeiro.
A prima,só estava junto ... dizem,que era limpa.
A tal de Dona Flor,já foi.
Justiça?
Quem fez,num sei.
Deve de ser disputa.
Sabe,bicho engolindo bicho?
Dagmar,na sua humildade,contou-me sua ida ao tratamento:
- Disse tudinho pra a Dona psicóloga,hoje.
- Ninguém trará meu filho-torto de volta.
- Ninguém!
Carregada de culpas ... questionando-se ,onde errara, mesmo sendo pobre,era do bem.
E penso seriamente,nas mães consumidas,por destinos tão trágicos ... e em cada SER enjaulado,vítima das drogas,à mercê dos tráficos e traficantes,repudiado pela sociedade.
E dói em mim.
Dependente,seja pertencente a qual classe social,é dependente-doente ...e nem sequer imaginam muitos,do que são capazes pra obterem qualquer droga.
Uma luta,gigante,pra quem quer estar limpo.
Uma luta,gigante para a readaptação social,física,psíquica ...
Hoje,vi Dagmar,aqui no Posto,sair derrotada.
Perdeu.
Perdida.
Como recompor a vida?
E por mais preparada que fui para cargo de assistência,doeu em mim.
Flor,morreu?
No fundo,bem no fundo de minha alma,comemorei.
Estava bem feito,o feito.
E,lamento por todas as mães sofredoras ... por famílias doídas e perseverantes,que tentam a todo custo,reajustar seus parentes.E lamento também,pelas desistentes.
O buraco é bem mais em baixo.
Em algum momento,alguém descobriu o prazer da droga e a droga ... fez barganha,escambo ... sei lá ! E,virou negócio,com a espécie em espécie.
E,claro,desenvolveram-nas... viraram capital de giro ... NEGÓCIO.
Que lástima!
Que merda!
PRAZER QUE MATA!!!!
( De qualquer maneira ... e que se ponha maneiras nisso ...)
Hoje vi Dagmares,na pele e couro da Dagmar.
A dor de seu olhar,deveria correr Mundo!!!!
Eu ?
Somente registrei seu novo endereço ... para tentar contatá-la novamente.
Há sentido em tudo isso. E um responsabilizar-se,no tratamento familiar.

Assistente Social / Mara de Sá Barbosa


Do Projeto,Uma Alma Feminina / Por Tata Junq
* A Arte imita a Vida.
* Nome da assistente,fictício.

sábado, 3 de novembro de 2018

Pensamentando & Fotografando: Escolhas.



    ( Do Projeto,Um Olhar Tão Meu. / Tata Junq.)


Há portas.


Sair ou entrar?

Saídas e entradas.
Assim é a vida de um dependente,emocional ou químico.
Como achar-se e conquistar uma saída?
Há quem diga,só por Deus!
Há quem deposite esperanças,nas todas as crenças ...
Assim vivem e convivem familiares,os codependentes,entre desafios,dores,esperanças ou desesperos.
E,assim em inconformismos,angústias,desesperos,euforias,prazeres e dores físicas e emocionais,os dependentes,químicos.
Há quem os condenem radicalmente... talvez por conta dos desalinhos dos que para obterem as "drogas",realizam.
É no mínimo,compreensível ...
Assustam.
O que aconselhar?
A busca de equilíbrios e caminhos possíveis,para estabelizar-se famílias,são aconselháveis.
E caminhos,são difíceis.
Só quem conhece a dor,pode talvez avaliar o tamanho da dor de outrem.
Não esperem arrependimentos por parte dos dependentes ... eles estão realmente "dependentes"... e, desordenados de todos os valores em que foram criados ... por mais que nos doa,admitir é preciso, perdidos estão.
Qual seja a porta e rumo a tomar ...
Coragens!
Junte aí sua fé...e não negue amor ...viu pai?
Viu mãe? Viu mulher? Viu marido? Viu irmão? Viu irmã? Viu amigo? Viu amiga?

Tata Junq


terça-feira, 14 de agosto de 2018

Pelo Dia consagrado aos PAIS ...Pensamentei.






Tania Junqueira Soares está  se sentindo pensativa.


Sem cores de base..."bem preto no branco",expressão antiga,quando se quer patentear afirmações, diretas e sem rodeios.
Acabei de ler um depoimento corajoso.
Sim...corajoso.
Falar de dependências,"dos heróis às avessas"...e perceber uma pessoa fortalecida...que viveu amargas lições e ter-se fortalecido...é no mínimo admirável.
Nem sempre os co-dependentes,resistem em suas coragens...uma tarefa pra lá de difícil...
Hoje vi "a silhueta"de um pai exposta,com coragem.
E quem não sabe de casos e casos de dependentes,alcoólicos,químicos e tb,emocionais?!
Cada família sabe de suas agonias,sofrimentos e lutas.
Coube-me hj,constatar mais uma vez,a grande lição...CORAGENS!
Coragens pra modificar o que pode ser modificado e também por ter ciência, que não podemos nada mudar.
Assim é.
Coragens pra prosseguir ... seja qual o resultado.
Fortalecer-se.
Fácil?
Evidente que não.
Queria ter "longos bçs",para um grande abraço...e com ele envolver dependentes e co-dependentes...PAIS & FILHOS...Não só hj...que estabeleceu-se data comemorativa...DIA DO PAI.
Sempre!
(Se possível fosse...pra confirmar,que não estão sozinhos ... com seus sofrimentos...)
Costumo falar no assunto...na tentativa de ajuda no meu blog :BOCADAAJUDA.
http://tatajunqsolidaria.blogspot.com



Boa noite,solidário e respeitoso,
Tata Junq
( Direto,da postagem no Face.)

quarta-feira, 4 de julho de 2018

O que se há de fazer?

Que é a morte?
Pra muitos,procura.
Pra muitos,um fim.
Pra muitos,recomeço.
E sabendo de um jovem,barrado,por um ataque cardíaco ... questiono:
Há pessoas,que ultrapassam limites.
Há aquelas,que testam-se em limites.
Há aquelas,que desafiam-se, através das quebras de limites.
Hoje um jovem morreu.
Alcoólico-dependente.
- Perdeu-se?
Levou consigo suas dores,seus desajustes,seus prazeres,suas euforias,suas melancolias.
A cada tempo,um amarre.
Em cada tempo,censurado por si mesmo,na lucidez.
Ou,censurado pela sociedade e familiares.
Hoje penso no seu ciclo de vida.
Penso em sua mãe,em sofrimento,há anos.
Na dor do hoje,quando ele parte.
Nas dores dos "ontens",que vivenciaram.
Um suicida?
Creio,que a cada dia.
Mistura de remédios para suas convulsões e birita.
Não combinam,não é mesmo?
Para nós conscientes, em sobriedade,não.
Para ele,em sua fragilidade e fraqueza,podia.
Apiedem-se!
Dependente não é "bandido".
( Tem uns,que até se tornam ... pra bancar seus vícios... mas aí é outra história,a ser discutida.)
Falo da visão intolerante,que se lança a um dependente,seja químico,alcoólico,emocional ... de qualquer natureza.
Muito falta.
Muito falta a ser feito por eles ...ou para não se tornarem eles.
Muitos reajustes ...
Há muitos medos.
Muitas intolerâncias.
Muita falta de peito para enfrentar "fornecedores" dos "prazeres"!
Muitos comodismos familiares.
Muitos abandonos às lutas.
Muitos cansaços.
Há uma luta diária,dos dependentes e co-dependentes.
E há faltas de lutas,também.
Apiedem-se!
Cabem cobranças?
Sim.
Cabem caminhos possíveis pra reabilitações?
Sim.
Cabe,amor?
Sim.
Só não há de se tolerar,tanta dor.
Se você que me lê,tem um dependente familiar,um amigo ... um amigo do amigo ...
tente ajudá-lo.
De que maneira?
Tente,invente!!!!
(Tudo é preciso.)
É preciso que se acorde nele,dependente,a escolha e o querer superar,a dependência.
Cabe-nos amor,paciente e perseverante.
( Que não é uma tarefa fácil.)
Que não se percam vidas.
Que a morte seja um processo natural,e não seja uma busca,por insatisfações.
Deixo aqui,meu amor solidário a todo e qualquer ser em sofrimento.
E minhas orações,ou vibrações.

Tata Junq

quarta-feira, 16 de maio de 2018

SOBRE A DOR.

                                                           ( Imagem por pesquisa./ Google.)

Sobre a dor.

A dor é de quem sente.
Não há como mesurar.
Nem cavocando buraco,chega-se ao fundo.
Não há limite.

A dor que sinto é minha,não sua.
A dor sua,não é minha.

Então,perdido em dores,está,ou esteve,ou estará um dependente.
Doente,em dor.
Assim,estará,perdido em dores,ou esteve,ou está,ou estará, o codependente.
Igualmente,doente,em dor.

Creio,na mãe e no filho.
Creio no filho e na mãe.
Creio nas dores travadas diariamente.
Coração de mãe,sangra.
A do filho também.
Corpo da mãe adoece.
Corpo do filho também.

Que seria do mundo,se mãe não fosse parideira?
Em dor,seu filho vem ao mundo.
Em dor,quando o filho perde para o mundo.

*Não menciono outros membros familiares,menosprezando suas dores,no entanto.

Mas a simbiose Mãe & Filho,foi patenteada,coerentemente.

Embalar um filho em choro,por não saber ainda se expressar,é tentar dar o consolo,e ciência do responsabilizar-se da descoberta do desconforto ou da dor.
O ventre,deixou de ser abrigo,alimentador.
E a vida segue ... o filho cresce,adolesce,adulto torna-se e também um dia envelhece.
E se no percurso se perde,mãe quer dar colo,arrancar a dor que muitos menosprezam.
Vezes se perde,em noites semi dormidas, ou não dormidas,em orações e apelos ao Divino.

Lembrando que um dependente químico ou alcoólico,estará à mercê de tudo que seja ruim.
Lembrando também,que se torna marginalizado e vezes um marginal.
Lembrando,que torna-se escravo das drogas,que consome.
Que tem prazeres sequenciais,que no fundo,no fundo,preenche um vazio ou uma provável dor do não resolvido internamente.
Admitamos,é um sofredor.
Um doente sofredor.

Mãe sofre,mãe acolhe,mãe cobra ... mãe em dor.
Quisera ela ser tudo diferente.
Em suas lutas,permanece amor.
Em suas indignações,há amor.
Amor e dor,que não há como mesurar.

A sociedade cobra.
Critica.
Menospreza.
Muito fácil desdenhar a dor alheia.
Ou ter olhar-de-noticiário,banal,costumeiro.
Mais um e mais uma.
Como se fizesse parte da vida o tráfico,as drogas,as vidas frustradas,as mortes,os fracassos,os fracassados.
Há uma visão  conturbada do que se estabelece.
Não há heróis,nem heroínas.
Há bandidagem,bandidos,doentes.
Há o mal que se espalha ...mas nem sempre espelha.

O dependente cai,levanta por vezes,recai,cai,cai,cai .... poucos se levantam.
(Poucos são os que permanecem em sobriedades.)
Fica à mercê de que o escraviza,do escravizador.
No torpor.
Ahhh ... a mãe ... se fosse dona-do-mundo,jamais permitiria,ver seu filho ou os filhos dos outros,ou filhos dos filhos,em dor.

Abandono meu olhar na janela entreaberta de meu quarto.
Há claridade lá fora,um solzinho ameno.
Tendo ciência de obscuridades.
Há um ser lá fora,perdido,de certo.
Muitos seres. Muitas dores.
Muitos filhos e mães.
Muitos julgamentos,tão poucas ações.
Tantas clarezas e obscuridades.
Tantos menosprezos e  ou indiferenças à dor de um semelhante.
Tantos horrores.
Tantas mortes.
Tantos espertos,vampirizando o fragilizado.
Tantos traficantes e tantos traficados.
Caminhos planejados.Tantos envolvimentos.
Tantos poderes!
Tanta bandidagem!
Tantos mortos ou matados.
Tantas dívidas e endividados.

Mãe sabe bem que droga,de qualquer forma,mata!
Seria incoerente,ela gerar vidas e não lutar por elas.

Mãe,chora,ajoelha e reza,todos os dias e quer seu filho de volta!

CO DEPENDÊNCIA & DEPENDÊNCIA
Disso,falo agora.
E não subestimem minhas dores.
SOU MÃE!!!!

Tata Junq